"As pessoas esquecem o que você diz, as pessoas esquecem o que você faz, mas elas nunca esquecem o que você as fez sentir."

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Saudade!

É quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue. Lembrança é quando mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo. Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego. Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento. Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa. Certeza é quando a ideia cansa de procurar e pára. Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido. Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista. Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora. Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja. Interesse é um ponto de exclamação ou interrogação no final do sentimento. Sentimento é a linguagem que o coração usa quando precisa mandar algum recado. Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes. Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração. Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma. Amizade é quando você não faz questão de si mesmo e se empresta para os outros. Culpa é quando você cisma que podia ser diferente, mas, geralmente, não podia. Lucidez é uma crise de loucura ao contrário. Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato. Vontade é um desejo que pensa que você é a casa dele. Paixão é quando apesar da palavra “perigo”, o desejo chega e entra. Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.”
Mário Prata

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Inspire e expire!

Bom dia!
Que todos os dias ao sentir o peso da vida nas costas, você puxe o ar o mais fundo que puder, trazendo tudo o que há de bom em sua volta, somente o que for bom, não esqueça! As energias, as lembranças, as flores, as pessoas, os sorrisos, os abraços dados e recebidos... e ao soltar esse ar, mande embora tudo o que há de negativo, todos seus problemas, todos os seus defeitos que te encomodam, tudo que te fez e faz mal, tudo que te de alguma forma te deixou triste, enfim, elimine tudo o que não tem serventia pra você e sua felicidade, mande todo seu peso embora, e através de um assopro sinta sua energia, sua leveza expulsando todo aquele pesso, toda sua dor. E viva... viva em busca da felicidade, viva toda a positividade que a vida lhe oferecer, pois, viver é ser feliz e nada mais!

domingo, 27 de maio de 2012

E por existir sempre o outro dia, cá estou novamente!

"Ainda bem que existe sempre outro dia.
E outros sonhos.
E outros risos.
E outras pessoas.
E outras coisas."
Clarice Lispector

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Pertencer.

Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança.
Mas eu, eu não me perdôo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho!


Clarice Lispector

sábado, 6 de novembro de 2010

Não...

Não me condene


Não me condene quando eu falo o que penso porque o silencio não é de ouro. Quando eu guardo isto dentro. Porque eu estive onde estive. E eu vi o que vi. Eu coloco a caneta no papel, porque isto tudo é parte de mim...Seja uma canção uma conversa casual para segurar o que minha língua fala de reservas suas palavras uma vez ouvidas elas podem te colocar em conflito. Minhas palavras podem perturbar mas pelo menos há uma reação...
Algumas vezes eu quero matar
Algumas vezes eu quero morrer
Algumas vezes eu quero destruir
Algumas vezes eu quero chorar
Algumas vezes eu posso superar
Algumas vezes eu posso desistir
Algumas vezes eu me importo
Algumas vezes eu nunca me importo
É apenas por pouco tempo, espero que você entenda! Eu nunca quis que isso acontecesse, não queria ser um homem, então me escondi em meu mundo. Eu peguei o que consegui achar, eu chorei quando estive sozinho,eu cai quando estive cego. Quando eu falo o que penso, um pedaço da minha mente...Porque o silencio não é de ouro. Quando eu guardo isto dentro. Porque eu estive onde estive. E eu vi o que vi. Eu coloco a caneta no papel, porque isto tudo é parte de mim... Como eu posso alguma vez te satisfazer, e como eu posso alguma vez te fazer ver que lá dentro somos todos alguém e não importa quem você queira ser, mas agora eu devo sorrir eu espero que você compreenda... Para que este homem possa dizer que aconteceu. Porque esta criança foi condenada, então eu escalei seu mundo, eu te chutei na mente e eu sou a única testemunha para a natureza de meu crime. Mas olhe para o que fizemos aos inocentes e jovens que ouviram quem estava falando, porque nós não somos os únicos, o lixo coletado pelos olhos e despejado no cérebro... Dizem que penetra em nossos pensamentos conciêntes, você me diz a quem culpar... Eu sei que você não quer me ouvir chorar e eu si que você não quer me ouvir negar que sua satisfação faz em suas ilusões, mas sua desilusões são suas e não minhas. Nos damos com o certo que sabemos toda a história. Nós julgamos um livro por sua capa e lemos o que queremos entre linhas selecionadas.
Não me aplauda e Não idolatre a tinta ou eu terei falhado em minhas intenções. Você pode achar o elo perdido sua única validade é viver sua própria vida! Existência como substituto é uma perda de tempo, então eu dedico esta canção aos ofendidos... Eu disse o que quis e nunca pretendi como tantos outros fazem, tentando apenas agradar. Se eu atingi seu ponto de vista poderia virar a outra face... Porque o silencio não é de ouro. Quando eu guardo isto dentro. Porque eu estive onde estive. E eu vi o que vi. Eu coloco a caneta no papel, porque isto tudo é parte de mim... Por que é tudo parte de mim. Não me critique. Eu disse não me critique! Eu disse não me aplauda... Não me critique.



Guns N' Roses
Composição: Lank, Axl Rose e Slash

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fita métrica do amor...

Como se mede uma pessoa?

Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.
Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: Será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.

Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

(Martha Medeiros)